quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Naquele ranchinho humilde
De janela pequena com fogão de lenha
Tinha pés de café e cana bem doce
Pé de lima da pérsia, de goiaba vermelha.
Tinha uma pedra, onde eu gostava de me sentar,
Para ver na copa das arvores os passarinhos a cantar.
Não havia torneira, a água vinha direto da serra
 E no tanque caia sem cessar.
O silencio era gostoso, só se ouvia o barulho do vento
 Balançando as folhas das arvores e o som da agua.
Havia ali uma casa de farinha
Muitas noites passávamos ralando mandioca,
 Ouvindo em alta madrugada o galo cantar.
Tinha dois ribeirões que começavam lá na serra
E percorriam por entre as pedras cheios de peixes,
Que delicia era pescar e caçar camarão com a peneira.
Tinha um rádio que tocava moda de viola
 E nas madrugadas a “Mare Mansa”, não dormia só para escutar a velha surda.
 E olhar a lua pela janela e as estrelas a brilhar, oh saudade de lá...
Gostavam tanto de ir nesse ranchinho humilde que era a casa do vovô.
Ribeirão fundo de cima quem conheceu já sentiu o sabor.
Do café com garapa e do biju bem torrado.
Da banana e da mandioca frita.
Ribeirão fundo de cima, suas águas cristalinas já contaram muito sobre você.
Só quem conheceu teve o prazer de sujar os pés naquela terra molhada
E nas tarde ensolarada ver as nuvens de poeira se desfazendo com o vento balançando as folhas da paineira...


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